Por Ele Mesmo no Dicionário de Sabedoria dos Piauienses (Parte-1)
Nasceu em
Jenipapeiro, Picos-PI (16-06-1933). Poeta, bancário aposentado, romancista,
contista e crítico literário. Formado em Letras.
AMAR
“Amar as criaturas
porque são belas é amar o belo, não é amar o ser humano. Amar é difícil. Amar
as criaturas porque são boas é amar o ser humano em sua essencialidade, é amar
a bondade. Amar assim é prático, fácil, gentil, mas... Amar o ser humano porque
é ser humano, porque é irmão, ainda assim não é amar a criatura, mas amar a si
mesmo. E tanto se peca por amar demais a si mesmo quanto por desamor”
AMOR
“O amor é tudo quanto
se não procura. O belo, o bonito, o gostoso, o sensual, o triste, o alheio, até
mesmo o sorriso, nada importa sem amor. Amar é dar e não receber, não fugir se
é perseguido, não lutar se lhe é imposto, dizer quando a língua está leve e sem
nó, chorar, comer, beber, dormir ...”
ARTE
“Tem-se como certo
que uma das funções da arte é adivinhar, antever certos acontecimentos ou o futuro
de uma comunidade ou de um povo. Daí a ideia, nalguns a certeza, de que as
artes, especialmente a poesia e por extensão a literatura, são divinas, colhem
os mistérios do céu, e o poeta é um profeta”
“O movimento é vida e a arte vem da vida e
perpetua a vida na História. Não a História da Arte, mas a história social da
humanidade. Meu gosto pessoal só conta como gosto pessoal. O que conta mesmo é
a minha interpretação do gosto dos apreciadores da arte, o público”
BELEZA
BELEZA
“Para os poetas, para
a poesia, a beleza – claro que falo da aparência da pessoa – não é fundamental.
Isto significa dizer que nenhum poeta precisa ser bonito pessoalmente para que
possa escrever bons poemas e também que não só a beleza é inspiradora de
poesia. Outras coisas, fenômenos e qualidades o são igualmente, ou podem ser.”
COMUNICABILIDADE
COMUNICABILIDADE
“Não pensem que quem
fala mais se comunica melhor. O silêncio, o olhar, os gestos são mais
significativos. Por onde se começa o amor? Por onde inicia uma grande amizade?
De que são feitos os grandes poemas modernos? De palavras. Mas também de
silêncios, espaços, sugestão, meios-tons, meias-palavras. Salvo as exceções, as
palavras muito compridas são complicadas para o poeta, tanto assim que ele as
parte e reparte”
COMUNICAÇÃO
COMUNICAÇÃO
“Não estamos sozinhos
nem conseguimos ficar com os outros. Sentir a vida como um devir, não como
realização, deve ser o problema posto. Fala-se tanto em comunicação que aos
poucos o sentido da palavra se esvazia. É que realmente precisamos de outra
comunicação: a que vem cheia de sabor humano, não essa comercializada,
artificial, cheirando a produtos em série ou abarrotamento de armazém. Seria
possível expressar a realidade da alma humana? E a compreensão de suas verdades
íntimas?”
CONTEMPLAÇÃO
CONTEMPLAÇÃO
“Nada mais simples
que a alegria, o amor, a graça. Aqui, ali, em qualquer parte as encontramos,
basta olhar a sociedade sem preconceitos, basta ver a natureza a olho nu.
Infelizmente há muito tempo que não posso fazê-lo. Entre meus olhos e o mundo
existe um par de óculos a torná-lo verde ou cinza, um filtro que me toma boa
parte da linha do horizonte nos seus sempre azuis nordestinos, onde o céu e o
monte se encontram e se beijam com a perfeição da distância. Mas, o que é o
horizonte? A distância é o real encontro e a conjunção física do abraço”
CONTO
CONTO
“Toda crítica é
difícil. A crítica do conto se me afigura muito mais complicada, por isto tem
sido para mim um constante desafio. Um livro de contos reúne várias peças, nem
sempre homogêneas . É preciso captar com rigor sua unidade e a unidade como
marca do estilo do autor. As dificuldades não se resumem nisto. Reconhecimento
como o mais difícil gênero da arte literária, o conto guarda em si muitos
segredos que os teóricos não conseguem desvendar”
“Porque o conto é mais difícil que o romance ou a poesia? Há contistas que são também romancistas. Como há poetas que escrevem contos. No mundo da inteligência há generalidade e especialidades. Sendo a matéria do conto momento único da vida do personagem, talvez o mais importante, deve ser tenso e intenso, mas não tão extenso. Aquele momento nem sempre chega a ser captado pelo escritor – daí vem a frustração – muito menos pelo leitor, que, no caso, ficará a ver navios”
CRÍTICO
“Porque o conto é mais difícil que o romance ou a poesia? Há contistas que são também romancistas. Como há poetas que escrevem contos. No mundo da inteligência há generalidade e especialidades. Sendo a matéria do conto momento único da vida do personagem, talvez o mais importante, deve ser tenso e intenso, mas não tão extenso. Aquele momento nem sempre chega a ser captado pelo escritor – daí vem a frustração – muito menos pelo leitor, que, no caso, ficará a ver navios”
CRÍTICO
“Até alcançar o
juízo, que vem como síntese final, passa o crítico por muitas fases. A primeira
preside o namoro e a emoção da escolha da obra. O segundo momento é o encontro
através da leitura”
CRÔNICA
“A
crônica é uma forma literária que nasceu no dia-a-dia do jornal e por isto
precisa respirar livremente”CRÔNICA
Meu caro José Antônio, agradeço de coração este teu diario da sabedoria, como me tocou. Obrigado irmão.
ResponderExcluirAbraços
francisco miguel de moura