quarta-feira, 23 de maio de 2012

MÁRIO FAUSTINO DOS SANTOS E SILVA

Por Ele Mesmo no Dicionário de Sabedoria dos Piauienses
Nasceu em Teresina-PI (22-10-1930). Faleceu em Las Palmas, subúrbio de Lima, Peru (27-11-1962). Crítico literário, poeta, professor e jornalista. Formado em direito. Foi um dos fundadores da Associação Brasileira de Escritores do Pará.

AMANTE

“Amante: coração queimado.”
“Amante: jogador ferido.”
AMAR
“Amar é jogo difícil.”
“Amar é dever e oficio.”
BELEZA
“A beleza é apenas passagem divina impiedosa e fugaz.”
ESCREVER
“Acho que falar do que se está escrevendo faz-nos perder boa parte do impulso criador.”
“Gosto muito de copiar a mão os versos que amo.”
“Não estamos escrevendo nos papiros da eternidade – e sim no barato papel de um jornal vivo: o que nos interessa é instigar, provocar, excitar, em certas direções, a mente do leitor competente. Preferimos escrever num laboratório a escrever num templo.”

MARAVILHA

“Tudo o que importa é ser maravilhoso.”
“A maravilha: o gesto da inocência.”
MORTE
“Sinto que o mês presente me assassina...”
OBRA
“Toda minha obra tende à criação de poemas longos, tento criar poemas longos, prepara-se para a criação deles. Talvez chegue a um impasse, talvez toda a minha obra venha a ser um fracasso. Espero que seja um fracasso útil – como tantos outros.”
POESIA
“Minha poesia vai como quero. Cada vez mais é parte de mim, cada vez mais vivo como ela, fluo com ela – torna-se uma espécie de oração contínua, à maneira dos santos."
“Meu objetivo próximo, agora, é o seguinte: viver ininterruptamente em poesia, em estado poético, escrevendo ou não, mas sempre sob o signo da palavra criadora. Sei que me compreendes. Meus poemas, dentro em breve, serão um contínuo fluir, sem interrupção, que só se interromperá com a minha morte...  A que distância estou, como vês, das pobres tentações concretistas!”
“Tento fazer em poesia aquilo que em mística os santos chamam de oração contínua.”
“... a verdadeira poesia é feita com palavras vivas, com palavras coisas, e não apenas, e muito menos, com conceitos, impressões, confissões.”
“O motivo principal que me separa da poesia concreta é que o que mais me interessa é o poema longo: o que menos interessa a eles. A poesia concreta, no seu melhor, se tudo der certo, criará novos gêneros de poesia, e de poesia menor; qualquer coisa para substituir o epigrama, o soneto, etc.”
“A poesia não teria de ser compreendida e sim percebida.”
“... o mais eficaz, o mais perene, o mais exato dos meios de comunicação.”
POETA
“Através de sua arte o poeta se concentra, se afirma, se liberta da mesma maneira que os demais homens, cada um em seu ofício, ou em sua devoção. Todo poeta digno de ser como tal considerado pelo povo... considera sua vida como um processo ininterrupto de aperfeiçoamento.”
“O poeta deve orientar tudo o que faz no rumo de seu centro poético, criador: deve trabalhar, comer, beber, amar... tudo para poder fazer poesia e melhor poesia. Isso não quer dizer que considero a poesia um fim em si. Absolutamente: no sentido individual, poesia não passa, para mim, de um meio de auto realização, autodescoberta, autoafirmação, auto sublimação. E procuro também fazer poesia num sentido o mais altruístico possível: para comover, para deleitar, para ensinar, para transformar, um mínimo que seja, o mundo, a língua, a arte. Porem, especialmente no período de formação, o poeta precisa conseguir e manter sua unidade de espirito: abaixo os poetas bissextos! É preciso pensar todo o tempo em poesia, ser profissional, ler poesia o máximo e fazer um pouco todos os dias, nem que seja para jogar na cesta.”
VERSO
“Há, por toda parte, uma crise do verso, mas que, em toda parte, ainda se faz, e pode-se fazer melhor ainda bom verso. A tradição continua, retifica-se e continua, não se perde um bom instrumento só porque outro foi inventado, ou se está inventando sobretudo se ainda não está provada a maior eficiência do mais novo em relação ao mais velho.”

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