Por Ele Mesmo no
Dicionário de Sabedoria dos Piauienses
Nasceu em Regeneração-PI (11-10-1925).
Professor universitário e ensaísta. Formado em Ciência Jurídicas e Sociais.
Professor titular da UFPI. Técnico em Assuntos Educacionais do MEC. Membro da Academia Piauiense de
Letras. Primeiro ocupante da cadeira 38, cujo patrono é João Francisco Ferry.
ACADEMIA
“... as academias tem que cultuar a
tradição, porque sem tradição não há academia. As academias, sua preocupação é
cultuar, cultivar os valores estabelecidos, a que chamo de valores permanentes,
mas eu vejo nas academias um fermento muito grande de renovação. Eu acho que as
academias não têm apenas o compromisso com a tradição.”
“As reuniões de homens de letras se constituem,
não apenas na oportunidade para o debate objetivo de idéias de interesse da
cultura, como também para a tomada de posições em relação à defesa de causa
comum da inteligência, quando se acham em jogo os valores fundamentais do
homem.”
“Há certas apresentações perfeitamente
dispensáveis... Os leitores já fizeram assim sua escolha. Dispensa por isso
qualquer intermediação.”
CRÍTICO
“Os grandes escritores, para adquirirem maior notoriedade,
sempre contaram com um crítico de renome para projetarem as qualidades maiores
da obra realizada.”
CULTURA
“Os grandes escritores, para
adquirirem maior notoriedade, sempre contaram com um crítico de renome para
projetarem as qualidades maiores da obra realizada.”
EDUCAR
“Todo sistema educacional visa a transmitir às
novas gerações a herança cultural do passado, possuindo, em conseqüência,
muitas vezes, um caráter acentuadamente conservador. Entretanto, educar não é
apenas perpetuar o passado uma vez que, toda educação significa também uma
resposta aos desafios do presente e, numa visão prospectiva, uma preparação
para a vida futura. Há assim necessidade de questionar o tipo de educação a ser
ministrado aos jovens de hoje, o que diz respeito aos aspectos quantitativos e
qualitativos da educação.”
EDUCAÇÃO
“A educação é um processo dinâmico, inseparável
da evolução da sociedade. Educadores e sociólogo, ao pretenderem conceituá-la,
procuram determinar sua estreita vinculação com a vida social, ou seja, com a
vida produtiva, pois é um truísmo dizer-se que cada etapa social exige
determinado tipo de educação. Já vai longe o tempo em que a educação era uma
espécie de compartimento estanque, distanciada da vida e de seus múltiplos
problemas, ou de suas solicitações.”
ESTRUTURALISMO
“Às vezes chego a pensar que a crítica textual,
decorrente do estruturalismo, foi um dos maiores equívocos da história
literária... fez em nossa cultura estragos consideráveis pois matou
simplesmente o gosto pela leitura. Toda mundo passou a partir daí a ver no
texto um pretexto para a demonstração das mais capciosas teorias. Ninguém mais
se preocupou com as raízes da nossa história literária.”
GERAÇÃO
“... me considero integrante de uma geração
perdida, não pelo que haja ela deixado de realizar em termos de vitória nos
assuntos de ordem pessoal, mas perdida em relação à falta de identificação com
aqueles valores que dão real significado à vida humana, entre os quais se pode
inscrever a defesa da liberdade, a denúncia da injustiça e o respeito à
essencial dignidade da pessoa humana.”
GLÓRIA
“Felizes os escritores ou os artistas que
conseguem em vida assistir à própria glória intelectual.”
LEI
“Em toda parte do mundo, as leis são institutos
que devem ser cumpridos. Entre nós, nem sempre. Talvez não haja um país do
mundo de leis as mais perfeitas e inumeráveis. Só que a maioria delas não são
cumpridas. Daí os privilégios inconcebíveis, a discriminação social, numa
sociedade em que existem os que vivem sob o guante das leis e os que a elas não
se submetem, os intocáveis, verdadeiras castas de privilegiados, a afrontar os
que têm fome e sede de justiça. Estes, que constituem ínfima e bem nutrida
minoria, vivem a sua vida, ao arrepio das obrigações que são comuns aos demais
cidadãos, sobretudo os mais pobres. Não observam as leis, não pagam impostos,
porque nada os atinge, como se não fossem cidadãos de uma mesma nação, com
direitos e obrigações iguais.”
LEITURA
“Cada um de nós, que vive pelo pensamento e o
manifesta através da escrita, é o resultado de suas influências e de suas
leituras. São elas que nos despertam a curiosidade e o sentido da vida. Jamais
poderemos renegá-las, pois seria renegar a essência de nós mesmos.”
LINGUAGEM
“Muita gente, depois do modernismo , ou mesmo
antes dele, procura captar para seus romances a fala popular. Ainda hoje se faz
esta experiência. Foi uma desgraceira geral. Porque, meus amigos, captar a
essência da fala do povo não é escrever errado, simplesmente, como ele fala. É
dar a essa linguagem tratamento literário. Vou morrer dizendo isto e esta é uma
guerra sem quartel. É preciso ser-se genial para captar esta beleza da fala
popular.”
LIVRO
“Publicar um livro constitui a mais pura e
comovente aventura do espírito. É um pouco de nós próprios que transita para
páginas que serão lidas e avaliadas por uma comunidade de pessoas: amigos,
inimigos, desafetos, maldizentes, aquilo que constitui afinal o chamado público
ledor.”
“Falar dos livros de alguém é falar da própria
pessoa...”
“Todo escritor, todo intelectual tem a obrigação
de dar, à sua maneira, um testemunho de sua época. Seus livros constituem como
que a sua cosmovisão.”
MORTE
“O problema da morte, como de resto o do amor,
tem ocupado, de modo absorvente, as grandes obras literárias, do passado aos
nossos dias. Daí a razão por que as grandes obras de ficção não tem fugido a
esse tema, pelo contrário, todas dele se ocupam de maneira obsedante.”
PENSAMENTO
“Cada um de nós, que vive pelo pensamento e o
manifesta através da escrita, é o resultado de suas influências e de suas leituras. São
elas que nos despertam a curiosidade e o
sentido da vida. Jamais poderemos renegá-las, pois seria renegar a essência de
nós mesmos.”
POLÍTICA
“A conciliação, não obriga ninguém a perder a
independência política.”
POESIA
“A reforma modernista na poesia, com
que se intentava exprimir uma nova estética, trouxe um certo descrédito para o
soneto, uma das mais antigas formas de expressão da arte poética, em todos os
tempos. A preferência pelo verso livre, um dos cânones do modernismo, que já
vinha do simbolismo, intentava descobrir ritmos novos, além de revelar, através
de palavras comuns, ressonâncias poéticas novas que procurassem afastar o poeta
dos achados já consagrados pelos parnasianos, na castigada ourivesaria do
verso...”
TRADIÇÃO
“A tradição é a continuidade da cultura. Tradição
não é preservar o passado; é estabelecer uma continuidade entre o passado, o
presente e o futuro.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário