sábado, 23 de novembro de 2013

ASSIM FALOU O.G. REGO DE CARVALHO

CULPA
“Eu quero dizer que todos somos culpados, mas que atiramos sobre os outros  as culpas dos nosso fracassos. Dos nossos ressentimentos, das nossas ansiedades, nós atiramos a culpa nos outros, nós nos julgamos inocentes. A cada passo nós estaremos nos perdoando dos nossos erros... Ninguém quer ser culpado, geralmente estamos atirando sobre os outros as culpas dos nossos erros e do nossos fracassos.” 
DERROTA
“A derrota, na maioria das vezes é a pedra de toque da vitória.”
EMPATIA
“Empatia, o autor se coloca  na posição do personagem e descreve os seu personagem como se ele estivesse  vivendo aquilo tudo ; simpatia é aquilo que o leitor sente por  alguma cousa que ele está vendo e é digno de simpatia, que lhe toca, que lhe sensibiliza... Todos nós temos fantasmas  e precisamos exorcizá-los de vez em quando, expondo-os na obra de arte. O autor não pode Ter piedade de si mesmo, tem de se expor a  nem que seja para o ridículo, mas tem que se expor... É exatamente essa sinceridade absoluta de escrever como se estivesse  rasgando o coração. Eu não estou querendo falar com isso em obras piegas, pelo amor de Deus.”
ESCREVER
“Se quiser escrever bem, terá de romper  com os padrões. Saber escrever não é se apagar as regrinhas de gramática, mas deixar que a história flua num estilo corrente, límpido e, se possível, musical.”
“Quando vou escrever, eu traduzo as emoções, as sensações que eu vivi ao logo da minha vida. A minha preocupação é com o meu mundo interior, e não com o mundo exterior. Procuro fazer uma obra que retrate o que sinto, penso, vejo. Por isso, digo que eu sou ficcionista de mim mesmo.”
ESCRITOR
“Eu sou escritor por derivação, porque queria realmente era ser compositor.  Mas a musicalidade está empregada na forma com que escrevo.”
“É lícito a um escritor escrever o óbvio; é lícito a um escritor escrever  o rotineiro, aquilo que ocorre todo dia? Como quer  você, escritor, que o leitor se comova  com o que você escreve, se você não chora diante do que você escreve, se você não sente aquilo que está escrevendo? Como é que você quer que o leitor sinta também?”
“O escritor deve Ter compromisso com a gramática, não deve agredir a gramática, mas não deve ser submisso à gramática também. O escritor tem de saber até onde ele pode ir.”
“Eu entendo que o grande segredo do escritor é encontrar um meio de dizer as coisas com poucas palavras.”
INSPIRAÇÃO
“Hoje a inspiração é recusada por muitos autores, inclusive poetas que querem publicar o que escrevem de qualquer jeito.”
LEITOR
“O que o leitor quer é que o autor seja autêntico, seja sincero.”
LEITURA
“A leitura é fundamental para o romancista, é fundamental para o poeta.”
LER
“Há uma diferença muito grande entre ler como passatempo e ler para aprender.”
LITERATURA
“Minha literatura é mais projeção de mim mesmo. Quando escrevo, não me preocupo com o que os outros fizeram ou vão fazer.”
LIVRO
“Eu nunca li um livro ruim. Na hora  que eu começo a ler um livro e verifico que o autor  não tem pulso,  abandono, não vou perder o meu tempo.”
PALAVRA
“Eu não escrevi nenhuma palavra  dos meus livros  sem ir no dicionário ver o sentido dessas palavras.”
POESIA
“Eu queria fazer poesia metrificada, mas o metro é um empecilho terrível ao poeta; é uma prisão.”
ROMANCE
“Veja bem; a gente pode fazer um poema num dia e passar uma semana burilando-o,  pode engavetar e um ano depois reescrever, melhorar o texto. Já com um romance é diferente: é algo terrível, é uma obsessão conviver com as mesmas personagens, com os mesmos sofrimentos durante dois ou três anos.”

Orlando Geraldo Rego de Carvalho
Conhecido como O. G. Rego de Carvalho, nasceu em Oeiras - PI (25-01-1930), faleceu em Teresina (09-11-2013). Romancista e poeta. Bacharel em Direito, bancário e professor.   Foi um escritor romancista brasileiro.
Ocupava a cadeira número 6 da Academia Piauiense de Letras e, além de romancista, era também Bacharel em Direito, professor e funcionário aposentado do Banco do Brasil. Doutor “Honoris Causa” da Universidade Federal do Piauí, integrou o Grupo Meridiano e pertence à Geração 45. Juntamente com o poeta H Dobal e o crítico M. Paulo Nunes, lançou em 1949 a revista "Caderno de Letras Meridiano", um marco dentro do Modernismo Piauiense.
Sua obra mais marcante é Rio Subterrâneo, quando o escritor expõe de forma crua as neuroses, conflitos, medos, loucura e solidão de seus personagens.
Faleceu na manhã de 9 de novembro de 2013 no Hospital São Paulo em Teresina, aos 83 anos, de falência múltipla dos órgãos, após oito dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital.

Principais Obras do Autor
- Ulisses Entre o Amor e a Morte, 1953
- Amarga Solidão, 1956
- Rio Subterrâneo, 1967
- Somos Todos Inocentes, 1971
- Como e Por Que Me Fiz Escritor, 1989
- Ficção Reunida, 2012

Bibliografia e fontes consultadas
DICIONÁRIO DE SABEDORIA DOS PIAUIENSES

segunda-feira, 17 de junho de 2013

MANOEL PAULO NUNES

Por Ele Mesmo no Dicionário de Sabedoria dos Piauienses
Nasceu em Regeneração-PI (11-10-1925). Professor universitário e ensaísta. Formado em Ciência Jurídicas e Sociais. Professor titular da UFPI. Técnico em Assuntos Educacionais do MEC. Membro da Academia Piauiense de Letras. Primeiro ocupante da cadeira 38, cujo patrono é João Francisco Ferry.
ACADEMIA
... as academias tem que cultuar a tradição, porque sem tradição não há academia. As academias, sua preocupação é cultuar, cultivar os valores estabelecidos, a que chamo de valores permanentes, mas eu vejo nas academias um fermento muito grande de renovação. Eu acho que as academias não têm apenas o compromisso com a tradição.”
As reuniões de homens de letras se constituem, não apenas na oportunidade para o debate objetivo de idéias de interesse da cultura, como também para a tomada de posições em relação à defesa de causa comum da inteligência, quando se acham em jogo os valores fundamentais do homem.”
APRESENTAÇÃO
Há certas apresentações perfeitamente dispensáveis... Os leitores já fizeram assim sua escolha. Dispensa por isso qualquer intermediação.”
CRÍTICO
Os grandes escritores, para adquirirem maior notoriedade, sempre contaram com um crítico de renome para projetarem as qualidades maiores da obra realizada.
CULTURA
Os grandes escritores, para adquirirem maior notoriedade, sempre contaram com um crítico de renome para projetarem as qualidades maiores da obra realizada.
EDUCAR
Todo sistema educacional visa a transmitir às novas gerações a herança cultural do passado, possuindo, em conseqüência, muitas vezes, um caráter acentuadamente conservador. Entretanto, educar não é apenas perpetuar o passado uma vez que, toda educação significa também uma resposta aos desafios do presente e, numa visão prospectiva, uma preparação para a vida futura. Há assim necessidade de questionar o tipo de educação a ser ministrado aos jovens de hoje, o que diz respeito aos aspectos quantitativos e qualitativos da educação.
EDUCAÇÃO
A educação é um processo dinâmico, inseparável da evolução da sociedade. Educadores e sociólogo, ao pretenderem conceituá-la, procuram determinar sua estreita vinculação com a vida social, ou seja, com a vida produtiva, pois é um truísmo dizer-se que cada etapa social exige determinado tipo de educação. Já vai longe o tempo em que a educação era uma espécie de compartimento estanque, distanciada da vida e de seus múltiplos problemas, ou de suas solicitações.
ESTRUTURALISMO
Às vezes chego a pensar que a crítica textual, decorrente do estruturalismo, foi um dos maiores equívocos da história literária... fez em nossa cultura estragos consideráveis pois matou simplesmente o gosto pela leitura. Toda mundo passou a partir daí a ver no texto um pretexto para a demonstração das mais capciosas teorias. Ninguém mais se preocupou com as raízes da nossa história literária.
GERAÇÃO
... me considero integrante de uma geração perdida, não pelo que haja ela deixado de realizar em termos de vitória nos assuntos de ordem pessoal, mas perdida em relação à falta de identificação com aqueles valores que dão real significado à vida humana, entre os quais se pode inscrever a defesa da liberdade, a denúncia da injustiça e o respeito à essencial dignidade da pessoa humana.
GLÓRIA
Felizes os escritores ou os artistas que conseguem em vida assistir à própria glória intelectual.
LEI
Em toda parte do mundo, as leis são institutos que devem ser cumpridos. Entre nós, nem sempre. Talvez não haja um país do mundo de leis as mais perfeitas e inumeráveis. Só que a maioria delas não são cumpridas. Daí os privilégios inconcebíveis, a discriminação social, numa sociedade em que existem os que vivem sob o guante das leis e os que a elas não se submetem, os intocáveis, verdadeiras castas de privilegiados, a afrontar os que têm fome e sede de justiça. Estes, que constituem ínfima e bem nutrida minoria, vivem a sua vida, ao arrepio das obrigações que são comuns aos demais cidadãos, sobretudo os mais pobres. Não observam as leis, não pagam impostos, porque nada os atinge, como se não fossem cidadãos de uma mesma nação, com direitos e obrigações  iguais.
LEITURA
Cada um de nós, que vive pelo pensamento e o manifesta através da escrita, é o resultado de suas influências e de suas leituras. São elas que nos despertam a curiosidade e o sentido da vida. Jamais poderemos renegá-las, pois seria renegar a essência de nós mesmos.
LINGUAGEM
Muita gente, depois do modernismo , ou mesmo antes dele, procura captar para seus romances a fala popular. Ainda hoje se faz esta experiência. Foi uma desgraceira geral. Porque, meus amigos, captar a essência da fala do povo não é escrever errado, simplesmente, como ele fala. É dar a essa linguagem tratamento literário. Vou morrer dizendo isto e esta é uma guerra sem quartel. É preciso ser-se genial para captar esta beleza da fala popular.
LIVRO
Publicar um livro constitui a mais pura e comovente aventura do espírito. É um pouco de nós próprios que transita para páginas que serão lidas e avaliadas por uma comunidade de pessoas: amigos, inimigos, desafetos, maldizentes, aquilo que constitui afinal o chamado público ledor.
Falar dos livros de alguém é falar da própria pessoa...
Todo escritor, todo intelectual tem a obrigação de dar, à sua maneira, um testemunho de sua época. Seus livros constituem como que a sua cosmovisão.
MORTE
O problema da morte, como de resto o do amor, tem ocupado, de modo absorvente, as grandes obras literárias, do passado aos nossos dias. Daí a razão por que as grandes obras de ficção não tem fugido a esse tema, pelo contrário, todas dele se ocupam de maneira obsedante.
PENSAMENTO
Cada um de nós, que vive pelo pensamento e o manifesta  através da  escrita, é o resultado  de suas influências e de suas leituras. São elas que nos despertam  a curiosidade e o sentido da vida. Jamais poderemos renegá-las, pois seria renegar a essência de nós mesmos.
POLÍTICA
A conciliação, não obriga ninguém a perder a independência política.
POESIA
A reforma modernista na poesia, com que se intentava exprimir uma nova estética, trouxe um certo descrédito para o soneto, uma das mais antigas formas de expressão da arte poética, em todos os tempos. A preferência pelo verso livre, um dos cânones do modernismo, que já vinha do simbolismo, intentava descobrir ritmos novos, além de revelar, através de palavras comuns, ressonâncias poéticas novas que procurassem afastar o poeta dos achados já consagrados pelos parnasianos, na castigada ourivesaria do verso...
TRADIÇÃO
A tradição é a continuidade da cultura. Tradição não é preservar o passado; é estabelecer uma continuidade entre o passado, o presente e o futuro.

sábado, 13 de outubro de 2012

DO DICIONÁRIO DE SABEDORIA DOS PIAUIENSES

CORRESPONDÊNCIAS
São quatro cartas de Autores conhecidos que recebi sobre a publicação do Dicionário de Sabedoria dos Piauienses.
CLÁUDIO DE ALBUQUERQUE BASTOS
Nasceu no dia 23 de agosto de 1935; Teresina, capital do Piauí. Faleceu no ano de 2004, em Belo Horizonte-MG, exatamente no dia de seu 69º aniversário. Bacharel em Sociologia e Política e Administração Pública pela Universidade Federal de Minas Gerais em 1959. Professor de diferentes cadeiras em cursos de aperfeiçoamento administrativo para Chefias na escola de Administração Bancária Clemente de Faria, em Belo Horizonte (1960-1968).
ANTÔNIO NETO DE PAULA
Nasceu no dia 28 de Maio de 1939 em Lisboa- Portugal. Professor, historiador e conferencista. É casado com uma piauiense [Sra. Umberlina] e tem um filho nascido em nosso estado, é um apaixonado pelo Brasil, notadamente pelo Piauí. Dentre os cursos que compõem o seu vasto currículo, destacam-se o Mestrado em Historia do Brasil e as especializações em Arqueologia e em História da Arte. Além de excelente professor é um exímio pesquisador. Há muito tempo dedica-se ao estudo e à investigação da História Piauiense do período Colonial.
CÂNDIDO CARVALHO GUERRA
Nasceu no dia 07 de Outubro de 1921. Corrente-PI.  Farmacista, professor, romancista, cronista, contista e poeta.  Um autêntico imortal anônimo, intelectual de expressiva bagagem cultural e riqueza literária, desbravando a cultura piauiense.
NELSON HOFFMANN
Nasceu no dia 19 de Dezembro de 1939, em Roque Gonzales, RS, onde reside. Professor, romancista, novelista, contista, poeta e ensaísta. Técnico em Contabilidade, pela Escola de Comércio Mauá, de Porto Alegre (RS). Bacharel em Direito, pela UFRGS. Licenciado em Letras, pela UNIJUÍ. Exerceu atividades de Escritório Jurídico-Contábil, ocupou altos cargos públicos dentre os quais o de professor de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira e de Secretário de Administração da Prefeitura Municipal de Roque Gonzales, RS. É considerado o mestre na narrativa longa da literatura missioneira. Pratica todos os gêneros literários, preferindo a ficção.





domingo, 23 de setembro de 2012

LIRTON NOGUEIRA SANTOS


Por Ele Mesmo no Dicionário de Sabedoria dos Piauienses
Nasceu em Teresina-PI (03-07-1963). Bacharel em Direito e Juiz.

JUSTIÇA
“Os direitos sociais são parte inalienável dos direitos humanos universais... Não há liberdade possível sem que a igualdade e a justiça sejam asseguradas, nem há justiça e igualdade possíveis sem liberdade assegurada”

terça-feira, 31 de julho de 2012

JOAQUIM RAIMUNDO FERREIRA CHAVES


Por Ele Mesmo no Dicionário de Sabedoria dos Piauienses
Nasceu em Campo Maior-PI (09-03-1913). Faleceu em Teresina (08- 05-2007). Sacerdote, Escritor, Professor, Historiador e Biografo. Foi um dos mais importantes historiadores Piauienses do seu tempo.
COMUNICAÇÃO
“O mundo religioso e social do outro é uma realidade que exige respeito e compreensão. Os caminhos para chegar-se até lá não são mais as normas, mas a comunicação, o diálogo e o amor. Os relacionamentos exigidos giram na órbita da comunicação interpessoal e não em torno de funções”
“Eu sou um homem que tem fé. Tenho muita fé. Estou nas mãos de Deus. Agora eu não sei quando vai ser. Eu tenho amor à vida. Eu não quero morrer. Eu quero viver. Enquanto ele me der vida, eu fico, para encher o saco dos outros”
HISTÓRIA
“A história e os historiadores devem limpar o passado e consequentemente o futuro das visões distorcidas do tradicionalismo.”
“A que temos é a história da classe dominante, a classe que produz os documentos e organiza os arquivos. Dela são os heróis, os grandes, os libertadores, que de fato a ninguém libertaram, mas mantiveram o povo na sujeição aos seus “modelos” que garantem a perpetuidade de seu status. Chama-se a isto, erroneamente, história. De fato não é história, é tradição”
“A verdadeira história não se pode confundir com a tradição, que muitas vezes é usada para justificar o status quo e santificar os erros das elites. A tradição é sempre uma ideologia criada com o propósito de controlar indivíduos, motivar sociedades e inspirar classes.”
“Um homem, antes de completar vinte e cinco anos, tem que fazer duas coisas: um poema – um soneto – e uma besteira. Besteira eu fiz mais de uma. Ai eu entrei para a prosa, para a pesquisa histórica. Para fazer poesia é preciso Ter imaginação. No estudo da história você tem que massacrar a imaginação para poder ficar fiel ao documento. Não imaginar nada!”
MÚSICA
“Eu ouço a música, me sinto feliz, tranqüilo, os problemas desaparecem. Durante muito tempo a música me sustentou. Todo dia eu ouço música clássica. Mas eu gosto de outros tipos de música também. Só não gosto dessa música moderna, isso não é música, é barulho.”
PASSADO
“... um povo que não cultua seu passado não tem direito ao futuro. O futuro está plantado no passado. Se a gente não cultua nossos heróis, nossa história, o que vamos fazer?”
POESIA
“A poesia é a forma suprema do Ideal”
POETA
“Humanizam o inanimado. São estuários de renovação simbólica da posse perpétua de cada parcela de inspiração que se lhes incorpora. São organismos que arfam e vibram por renascerem pela unidade da liberdade e pela união da arte. Abatidos, abismados, sentindo a marca funda das vacilações, modelam suas obras com pedaços d’alma. Misteriosa é a sua linguagem porque misteriosa é a engrenagem da vida. Sempre haverá um espaço indefinido para o mistério nos antolhos das místicas”
“... operário para ganhar o pão cotidiano; poeta para misturar no cálice da vida o vinho da idealidade e do sentimento. Isto, porém é coisa impossível de se verificar porque os poetas, seres marcados, não se fazem, já nascem feitos”
“Poetas são seres privilegiados a quem o gênio sagrou com sua mão inexorável para a missão sublime de dar expressão a todos os sentimentos que tumultuam confusos no coração do homem e plasmar no mármore da palavra as belezas da natureza, a bondade e grandeza dos sentimentos humanos”
“Os poetas são instrumentos delicados que vibram à mais branda aragem: são as harpas eólias que gemem ao sopro imperecível da inspiração. Eles traduzem todo o fundo encanto inefável dos que sentem e não podem dizer o que vai na alma, emparedados dentro de seu cárcere verbal”
“Os seres materiais são apenas símbolos de realidades mais altas. O poeta é que compreende essa linguagem misteriosa dos seres e através da variedade infinita das formas entrevê a própria essência fingida das coisas. E só isto basta para fazê-lo sofrer, embora seja pessoalmente feliz”
“Só eles são capazes de aprender a beleza peculiar dos ocasos na lenta degradação das tintas moribundas. Ficarão horas esquecidos a contemplar a massa líquida que desce na cascata, a ouvir o marulho das águas nas pedras do riacho, olhos perdidos nos longes do horizonte azulado, naquela curva onde a terra acaba e começa o céu. Amam a flor, a estrela, a gota de orvalho, o palpitar das asas, a brisa ciciante, a solidão dos campos, o silêncio rumorejante da caatinga. Infeliz do povo que não possui poetas. O que os tem já é grande só por isso”
POLÍTICA
“É fato comprovado que nenhum sistema político pode sobreviver se não possui uma categoria de auxiliares que lhe sejam ao mesmo tempo sustentáculo social, político e econômico. Entre nós existiram muitas espécies de aristocracia: a militar, a econômica, a política e a social. E muitos tipos de organização: o feudalismo, isto é, a organização do poder privado, combinado com a ordem militar e o patrimonialismo; a burocracia; o partido político e outros”
POVO
“O povo tende cada vez mais a não aceitar normas sem antes examiná-las para decidir se vai segui-las ou rejeitá-las. O medo da morte, do pecado e do inferno não pressiona mais as pessoas, como antigamente. Os costumes e as tradições estão desaparecendo. Ora, eram os medos, as tradições e os costumes que seguravam a estrutura. Sem elas, ela começa a desmoronar”
VERDADE
“Ninguém mais se julga dono de toda á verdade e prendemos, nós, os homens de um mundo pluralista, a respeitar as convicções políticas, filosóficas, religiosas e estéticas dos outros”

sábado, 28 de julho de 2012

MANOEL GUALBERTO SOARES


Por Ele Mesmo no Dicionário de Sabedoria dos Piauienses
Nasceu em São Miguel do Tapuio-PI (06-04-1943). Foi Professor formado em Pedagogia. Habilitação em Administração escolar e Licenciatura Plena em Letras. Funcionário Público Federal.
IDEIA
“Uma coletânea de frases, aforismos, axiomas e ditos, é um mundo rico de ideias de todos os seguimentos do pensamento humano. Onde um simples provérbio fala da experiente sabedoria, uma sentença ordena com eficiência, uma máxima reflete com cuidado e uma citação testemunha o conhecimento”
 SABEDORIA
“Na realidade o que é a sabedoria? Digo que é a experiência própria do indivíduo, pois ninguém é comum quando pensa, particularmente antes da ação. Sempre gostei de citar as boas frases e os mais expressivos provérbios, principalmente quando eles se ajustam a uma determinada situação da vida, refletindo a realidade, isso simplifica muito a compreensão das ideias comunicadas. A palavra, quando bem pensada e articulada, é um instrumento poderosíssimo, para expressar nossos sentimentos mais importantes. A palavra falada é naturalmente viva na sua existência, mas a palavra escrita é eternamente imortal na sua essência”

FABIANO DE CRISTO RIOS NOGUEIRA


Por Ele Mesmo no Dicionário de Sabedoria dos Piauienses
Nasceu em Floriano-PI (07-04-1947). Professor Universitário [UFPI] e crítico Literário. Foi Editor e Presidente do Conselho Editorial da EDUFPI por mais de uma década.

COMUNICAÇÃO
“O objetivo ideal da comunicação humana é a interação entre pessoas e entre grupos. A interação, por sua vez, consiste na interdependência reciproca entre os elementos envolvidos no processo, pela capacidade de empatia tanto da fonte quanto do recebedor”
EDITORA
“A produção editorial é a vitrine e a interface mais importante entre a universidade e a comunidade”
FALHA
“Bem, as falhas fazem parte da contingência humana”
LITERATURA
“Em muitas ocasiões, para dar um exemplo exato do nosso pensamento precisamos citar as palavras alheias, para que uma boa idéia seja bem compreendida na sua totalidade; e a Literatura, principalmente a escrita, é a maior fornecedora das idéias criativas, das mensagens inteligentes, dos apotegmas expressivos e dos ensinamentos de sabedoria. Literatura de um povo é a maior servidora de sua própria cultura, é a sua principal fonte de identificação no tempo. Ela especialmente valoriza a sabedoria artística, documenta o conhecimento cientifico, testemunha a crença religiosa e registra a ação política. Os escritos de um povo é o que fica como referença memorial e cultural mais eficiente”
OBRA
“ ... pode-se afirmar que as obras literárias, ao integrarem em dado momento um sistema articulado e ao influírem sobre a elaboração de outras obras literárias, formam, no tempo, o que denominamos de tradição literária”
POETA
“... é possível atingir a maturidade poética antes mesmo da maturidade biológica”